Conversando com a
Dona Hercília Januário
Em 1985, não lembro a data
precisamente, mas estava eu passando em
frente da antiga Estação da Cia. Paulista, quando avistei uma carroça tipo “Rio
Claro” pilotada pela “Dona Hercília Januário”.
Dei um sinal para que ela parasse
“pra mor di cunversá”. Ela estacionou próximo do meio fio. E vamos papear. Até
então não tinha me reconhecido, afinal faz muito tempo que ela mudou-se da Vila
Carioca-Ipiranga-SP, isso na década de 1950, pra onde eu não sabia, e muito
menos não sabia que ela também era de Porto Ferreira.
Quando ela estacionou fui logo
dizendo: “foi à senhora que cortou o rabo do meu cachorro por nome de
Negrinho”. Disse ela, puxa vida você lembra-se disso, então você é filho da
Maria Pereira Tangerino, esposo do “Dito carpinteiro”. Sim respondi.
Ela estava com pressa e disse
aparece lá no meu sítio “Água Espraiada” pra gente bater um longo papo. Tudo
bem me passou as coordenadas da localização do sítio, confirmei que qualquer
dia aparecia por lá.
Fui lá ao sitio visitá-la, na
época as características da sua moradia
me fez lembrar das casas de pau-a-pique, piso chão batido, não podia faltar o
fogão de lenha. Sempre tinha um cafezinho quente, polenta.
Conversa vai conversa vem,
disse-me ela que tinha em
Porto Ferreira um grupo de pessoas sempre falando de meio
ambiente, animais silvestres, gaiolas, enfim defensores da mãe natureza. Eu
comentei com a Dona Hercília dizendo que essas entidades se preocupam com a
extinção das espécies de animais brasileiros, como de fato muitos já não
existirem mais.
Tudo bem, disse a Dona Hercília,
é preciso preservar o que ainda resta da mãe natureza, mas no meu tempo de
criança, a nossa mistura preferida é sapecar um “macaco na brasa” e mandar pro
papo, por aqui tinha muita capivara, antas e outros bichos mais, Hoje isso dá processo federal e até cadeia.
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