domingo, 29 de setembro de 2013

CIA. PRADA - 1946

CIA. PRADA - 1946

2013


29 de julho de 1896 – 29 de julho de 1946

Revendo alguns arquivos do Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”,  acabei encontrando uma jóia preciosa, uma revista com o titulo “Revista Comemorativa do Cinqüentenário de Porto Ferreira”, que foi em 1946, ano do meu nascimento, enfim 50 anos de emancipação política.
Entre outras inserções fotográficas me deparei com uma fotografia da antiga “Cerâmica Prada”. Que copiei esta relíquia fotográfica, salvando nos meus arquivos.
Neste domingo dia 14 de setembro de 2013, sai de casa com a câmera digital, procurando imagens, lembrando da Cerâmica Prada, resolvi caminhar pelo espaço da antiga estação da Cia. Paulista de Estrada de Ferro, com objetivo de fotografar as duas chaminés, foi que restou de um grande patrimônio empresarial e ao mesmo tempo histórico.
Com saudosismo de um caboclo ferreirense relembrei a data do ano de meu  nascimento, que foi dia 17 de dezembro de 1946, e segundo o meu avô materno José Pereira Tangerino, a nossa família migrou para a capital de São Paulo em 1949.
Não posso afirmar se meus parentes trabalharam na Olaria da Cia. Prada, mas alguns familiares do lado materno e paterno trabalharam na Cerâmica Porto Ferreira, e morando em São Paulo, foram trabalhar na Cerâmica Sacomã.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Homenagem ao Sr. Jean Gabriel Villin- Anos 70

JEAN GABRIEL VILLIN

Na década de 20, contratado pela Cerâmica Porto Ferreira, desembarcava um jovem francês, Jean Gabriel Villin, para exercer o cargo de pintor.

Sem conhecer nossa língua e nossos costumes, este jovem não tardou a todos cativar com sua simpatia.

Tanto cativou que acabou conquistando o coração de uma jovem professora ferreirense, Nalzira Cortêz, com a qual acabou se casando.
Daqui foi pra São Paulo, onde se firmou como grande desenhista publicitário free lancer.

Pintor de grande talento, foi um dos primeiros que utilizou como tema, o folclore brasileiro.

Convidado para trabalhar nos Estados Unidos, preferiu ficar por aqui mesmo.

E tanto gostava de Porto Ferreira que depois de aposentar-se voltou definitivamente.

O sr. Jean, que sempre colaborou com nossa cidade, todas as vezes que foi solicitado, às vezes mesmo sem ter sido, recebeu merecidamente o título de “Cidadão Ferreirense”.


Figura de grande destaque em nossa cidade, recebera também uma sala com seu nome no Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”.

sábado, 14 de setembro de 2013

MACACO NA BRASA


Conversando com a Dona Hercília Januário

Em 1985, não lembro a data precisamente, mas  estava eu passando em frente da antiga Estação da Cia. Paulista, quando avistei uma carroça tipo “Rio Claro” pilotada pela “Dona Hercília Januário”.

Dei um sinal para que ela parasse “pra mor di cunversá”. Ela estacionou próximo do meio fio. E vamos papear. Até então não tinha me reconhecido, afinal faz muito tempo que ela mudou-se da Vila Carioca-Ipiranga-SP, isso na década de 1950, pra onde eu não sabia, e muito menos não sabia que ela também era de Porto Ferreira.

Quando ela estacionou fui logo dizendo: “foi à senhora que cortou o rabo do meu cachorro por nome de Negrinho”. Disse ela, puxa vida você lembra-se disso, então você é filho da Maria Pereira Tangerino, esposo do “Dito carpinteiro”. Sim respondi. 

Ela estava com pressa e disse aparece lá no meu sítio “Água Espraiada” pra gente bater um longo papo. Tudo bem me passou as coordenadas da localização do sítio, confirmei que qualquer dia aparecia por lá.

Fui lá ao sitio visitá-la, na época as características  da sua moradia me fez lembrar das casas de pau-a-pique, piso chão batido, não podia faltar o fogão de lenha. Sempre tinha um cafezinho quente, polenta.

Conversa vai conversa vem, disse-me ela que tinha em Porto Ferreira um grupo de pessoas sempre falando de meio ambiente, animais silvestres, gaiolas, enfim defensores da mãe natureza. Eu comentei com a Dona Hercília dizendo que essas entidades se preocupam com a extinção das espécies de animais brasileiros, como de fato muitos já não existirem mais.

Tudo bem, disse a Dona Hercília, é preciso preservar o que ainda resta da mãe natureza, mas no meu tempo de criança, a nossa mistura preferida é sapecar um “macaco na brasa” e mandar pro papo, por aqui tinha muita capivara, antas e outros bichos mais,  Hoje isso dá processo federal  e até cadeia.

Entrevistando Elias dos Santos



GRÊMIO FERROVIÁRIO FERREIRENSE


O grande contentamento do repórter esportivo do “Jornal do Porto” é poder estar mantendo um contato informal com o cidadão ELIAS DOS SANTOS, um dos homens mais queridos e respeitados por pessoas de todas as camadas sociais de nossa cidade.
Embora não tenha sido um grande jogador de futebol e somente participando de “rachas”, quando em sua mocidade e nos longos anos como funcionário da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, hoje FEPASA, foi um grande colaborados do esporte e incentivador do lazer e mola mestre para uma interação social de pessoas de  uma cidade que se iniciava para o seu grande desenvolvimento.
P.- O GRÊMIO FERROVIÁRIO FERREIRENSE, como Clube, teve somente uma fase?
R.- Não. “Uma foi quando os Srs. Cristiano Kaiser, Américo Mondim, Pedro Fares, Syrio Ignatios e mais alguns cidadãos formaram um time de futebol, denominado GRÊMIO FERROVIÁRIO FERREIRENSE”. Por empréstimo, na época, consegui o terreno entre Luiz Gama e Cel. Procópio de Carvalho, o famoso “campinho da Paulista”, onde memoráveis partidas futebolísticas foram disputadas. Nessa época eu fazia parte como colaborador. Outra fase, quando os Srs., Américo Mondim, Antonio Lapa, Inácio Marques dos Santos e outros abnegados, conseguiram, por empréstimo, uma área de terreno, onde se encontra hoje, o patrimônio do Grêmio: Nesta época fazia parte do Conselho Fiscal.
P.- Havia alguma benfeitoria no local?
R.- Não. Somente mangueiras e vegetação.
A 1ª diretoria, que tinha como presidente o Sr. Américo Mondim, construiu um barracão com colunas de madeiras e sem lateral.
P.- Quando se deu a participação mais efetiva como homem de proa naquela sociedade?
R.- Na ocasião em que era presidente o Sr. Inácio Marques do Santos. Era 2º Secretário, mas com a remoção para outra localidade, o Sr. Eduardo Simões deixou a 1ª secretaria, e, com a ajuda do Sr. Gentil da estatística assumi o cargo deixado pelo meu colega e daí demos um impulso ainda maior, pagando todas as dividas contraídas pela diretoria anterior.
P.- Quem foi o sucessor do Sr. Inácio?
R.- Meu colega de serviço, Sr. Pedro Bertucci, que permaneceu por três anos e eu continuei como 1º secretario. Na oportunidade os Srs. Pedro Bertucci e o inesquecível Paschoal Salzano doaram lotes de terrenos que foram vendidos e sua renda revertida em favor das obras da agremiação.
P.- Depois do Sr. Pedro Bertucci ter ficado 3 anos, quem o sucedeu?
R.- Foi este modesto ferroviário, em 1959, permanecendo até 1975, por 16 anos e porque não me candidatei caso contrario, estaria lá até hoje.
P.- Quais os companheiros de chapa?
R.- O inesquecível Manoel Diniz Neto, Francisco Rocha, Braz Vanin, Alexandre Diniz, Alberto Bruno, Sr. Lamellas, Albino Campeão, Alberto Herdorn, Diamantino Jorge Marinheiro e outros de grande fibra.
P.- Nesses 16 anos, o Sr. e seus colaboradores o que fizeram para a Associação?
R.- Remodelamos o prédio do antigo cinema, onde hoje é o salão de bailes e festas. Fizemos as laterais, forramos, colocamos fluorescentes luminosas, o que não foi fácil, mas graças a Deus, com as economias, tudo estava saldado.
P.- E foi aí então que começaram a dar um impulso maior?
R.- Sim. Daí partimos para aquisição do terreno, que até então era cedido por empréstimo. Muitas dificuldades encontramos, pois o terreno fora entregue à CAIC – DEPARTAMENTO FLORESTAL DA CIA. PAULISTA”.
P.- E o que combinaram com a CAIC?
R.- Eles queriam que nós, dadas nossas poucas condições, comprássemos apenas a área construída, com o que nós não concordamos.
P.- Com muito sacrifício, conseguiram depois, a área que se conserva até hoje?
R.- Dadas as circunstancias, por ser a mensalidade cobrada, muito irrisória, mas de acordo com as possibilidades do boldo dos sócios, fomos a São Paulo. Eu e o saudoso Manoel Diniz Neto, mantivemos lá, contato com o Dr. Cintra e pedimos a ele o adiantamento para saldar a primeira prestação e o parcelamento maior, pois a quantia total era na época bastante alta, num montante de 575 mil cruzeiros que deveria ser paga quase à vista. Conseguimos um parcelamento em parcelas trimestrais de 55 mil cruzeiros, dinheiro da época. Mas como pagar se arrecadávamos somente 9 mil mensais?
P.- Sr. Elias, queria saber e suma, como conseguiram pagar o terreno?
R.- Quase sem esperanças, mas com vontade incontida de vencer, Deus dá mais uma mãozinha. Estávamos eu e o Sr. Pedro Bertucci trocando por zinco e revestimento de tábuas podres das barquinhas, quando dois senhores do lado de fora da cerca perguntaram: “Por que não mandam fazer em oficinas, assim é muito sacrifício?” Respondemos: não temos condições nem de pagar o terreno que assumimos compromisso, como é que vamos jogar dinheiro fora, quando nós mesmos podemos fazer!
Os dois senhores pediram permissão para entrar. Pois não, dissemos. A casa é dos amigos. Sabem quem eram? Um deputado Dr. Lauro Posi, de Pirassununga e seu assessor.
Entusiasmado com o  nosso trabalho, Dr. Lauro, então Deputado Estadual, em sua visita, prometeu e mandou ao Grêmio 50 mil cruzeiros e vários caminhões de cascalho para o pátio. A verba e algumas economias deram para pagar o primeiro trimestre de 55 mil cruzeiros.
P.- Como conseguiram pagar o restante?
R.- Como o Sr. Oswaldo Cunha tinha dado ao Porto Ferreira Futebol Clube 50 mil cruzeiros,depois das reclamações de nossa parte ele solicitou que constasse em orçamento uma verba de 20 milhões de cruzeiros, que posteriormente fora paga pelo Sr. Joaquim Coelho Filho, dinheiro de seu bolso, pois em sua gestão não contava a prefeitura, com numerário suficiente, para efetuar o pagamento. Naquela época as verbas eram permissíveis.
P.- Como começou a exibe filmes?
R.- O Grêmio Ferroviário já contava nas diretorias anteriores com um projetor fixo e mudo de 8 milímetros, adquirido do meu amigo Leonildo Braga. A tela tinha de ser molhada antes das exibições. Quando da gestão do Pedro como presidente, ganhamos uma máquina cinematográfica sono e dinâmica, do deputado Vicente Bota, de 16 mm. Foi tudo bem até que as grandes empresas de filmes da época atendiam de maneira mais acessível aos empresários de cinemas que possuíam projetor de 35 mm. Assim como dissemos adiante, foi também a luta pela aparelhagem de 35 mm.
P.- Logo da compra da máquina de 35 mm, começaram a usá-la?
R.- Não. Colocamos em 2 cômodos, onde é hoje a casa do Sr. Valdomiro do Prado, funcionário do Grêmio e fizemos no salão velho, a estrutura para colocá-la e a exibição de filmes.
P.- Depois de imenso sacrifício, parou com as obras?
R. O Sr. acompanhou o nosso trabalho na construção daquele prédio maravilhoso que hoje está alugado pela empresa do Sr. Taufic, e pode avaliar como eu e meus companheiros de chapa trabalhamos. É lógico que contamos com o apoio de muita gente, como por exemplo, do Sr. Oswaldo Cunha que nos acompanhava em todas as empreitadas  na capital de São Paulo e não nos deixava esperar em filas. O Sr. Oswaldo Cunha tinha ótimo relacionamento e nós éramos atendidos na hora, quando de doações e empréstimos. O Sr. Paschoal Salzano, o Sr. Nadir Mariano, as Industrias de Porto Ferreira e porque não dizer todos os ferreirenses.
P.- Como conseguiram a planta do prédio do cinema?
R.- Com a ajuda do Leonildo Braga conseguimos gratuitamente, pois ele tinha amizade com o Sr. Pedro Corazza, que é engenheiro e prazerosamente nos presenteou. O incansável José Zaniboni foi o supervisor da obra e com sua capacidade nos legou aquele maravilhoso prédio do Grêmio. Meu cunhado João Miotto, foi o pedreiro construtor e com seu capricho na arte também deu aquela mãozinha. Outra pessoa que não poderia deixar de mencionar como grande colaborador é o Cônego Pavesi que nos emprestou 5 milhões de cruzeiros, na compra das poltronas e sem juros.
O Sr. Deputado Aristides Trancoso Peres, deu na época 1 milhão e duzentos mil cruzeiros, quando se fazia acompanhar do ex-prefeito Oswaldo Cunha.
P.- É verdade Sr. Elias, que o senhor mesmo é quem fabricou as calhas e fez o encanamento, isto é, todo o serviço de hidráulica, gratuitamente?
R.- É verdade. O maior orgulho é poder falar ao senhor que, lá no Grêmio deixei a minha mocidade, nem casa para mim nunca me importei em construir e não dei a atenção aos meus filhos. Não me arrependo por isso. Fiz de coração e que me conhece pode bem avaliar as minhas ações.
P.- E o campo de bocha, na gestão do senhor é que foi construído?
R.- Sim. Lá também contamos com o apoio dos jogadores que com seu trabalho gratuito, muito nos auxiliou.
P.- Qual é a maior alegria como diretor do Grêmio Ferroviário Ferreirense?
R.- é ter deixado tudo construído sem dividas e com 7 mil cruzeiros em caixa para serviços ou despesas eventuais que na certeza iam aparecer. Sei que dividas não as deixamos e sim um lindo patrimônio.
P.- Qual a sua maior tristeza?
R.- É saber que o patrimônio não progrediu mais, e sim decaiu.
- O jornal está à disposição para suas despedidas.
- Do fundo do coração quero agradecer ao Sr. João Roberto Bellini, proprietário do “Jornal do Porto”, esta beleza que deveria ter nascido antes para contar os feitos da gente ferreirense.


Jornal do Porto, setembro de 1997

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

LEONILDO TANGERINO - FUTEBOL

QUANDO ERA GAROTO JOGOU NO PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE, E QUANDO MUDOU PARA A CAPITAL DE SÃO PAULO, PASSOU PRIMEIRO PELO CAY - CLUBE ATLÉTICO YPIRANGA.

LEONILDO TANGERINO, TINHA UM SONHO, QUE ERA JOGAR NO SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE. NA ÉPOCA O CAMPO DO SÃO PAULO ERA NO CANINDÉ - SP.
PASSOU NA PENEIRA, ESTAVA TUDO CERTO, MAS A FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL RESOLVEU ACABAR COM OS CAMPEONATOS DE ASPIRANTES. 

Leonildo Tangerino
Jornal do Porto, 29-10-1977

Na entrevista desta semana, estamos falando da vivencia futebolística do esportista LEONILDO TANGERINO, que embora desconhecido por muitos dos novos ferreirenses, foi grande jogador em nossa cidade, tendo jogado pelo Infantil do Porto Ferreira F. C.

P.- Quando garoto, onde começou a jogar futebol?
R.- Comecei a jogar futebol no infantil do Porto Ferreira F.C., que era dirigido pelo popular “Macalé”, hoje bacharel em direito, Dr. J. Lima.
P.- Está lembrado do seu primeiro jogo no juvenil do P.F.F.C., e como era formada a equipe? Contra quem jogou?
R.- Infelizmente não me lembro com quem jogamos. Recordo-me que o infantil do P.F.F.C., era uma grande equipe. E diga-se de passagem: O nosso técnico era de grande capacidade. Aprendi muito com ele.
P.- Depois de jogar no infantil do P.F.F.C., dirigido por Macalé, onde mais jogou em nossa cidade?
R.- Na época, recordo-me que foi promovido, na cidade, num campeonato interno, formando-se assim, diversos times de futebol – categoria infanto-juvenil. Joguei pelo MINAS GERAIS F. C. e, um fato curioso acontecia todas as vezes que jogávamos: No primeiro tempo, sempre ganhávamos e no final saíamos derrotados, e não ganhamos um jogo do referido campeonato.
P.- Quando se mudou para São Paulo, quantos anos tinha? Lá, continuou na pratica do futebol?
R.- Com 15 anos de idade, morando no bairro do Ipiranga, bem perto do Clube, com relacionamento, fui fazer testes de peneira (nome que se dava quando se queria tentar galgar um degrau maior, dentro da categoria). Passando na peneira, lá no Clube Atlético Ypiranga, permaneci por 6  meses.
P.- Na sua pequena estada no infantil do Clube Atlético Ipiranga, você jogou com algum garoto que se projetou no futebol?
R.- Sim. No CAY - Clube Atlético Ypiranga, conheci um garoto chamado Cássio, que no infantil deste Clube, como volante, galgou os grandes clubes, como Portuguesa Desportos, Corinthians Paulista e,hoje, excelente professor lecionando no exterior. Grande jogador e amigo.
P.- Depois do infantil do Ypiranga, você parou ou continuou?
R.-Continuei. Eu e mais alguns colegas fomos treinar no Canindé. Agradei e fiquei.
P.-Jogou muito tempo no infantil do São Paulo F.C.?
R.- Quando fui para o infantil do São Paulo, era uma época em que os Clubes estavam montando suas equipes, nas categorias: infantil e juvenil, para disputarem o campeonato da Federação Paulista de Futebol. Tive a felicidade, de após alguns treinos, ser o titular da posição, mas, aconteceu um imprevisto que eu desconhecia. Quando ia ser feita minha inscrição na Federação Paulista de Futebol, minha idade não dava mais para disputar o campeonato infantil, automaticamente, passei para o juvenil.
P.-No juvenil do São Paulo F. C., você teve oportunidade de subir para o time aspirante ou profissionais?
R.-Joguei alguns jogos, pois na minha posição tinha um colega bom de bola. Tive aí, a infelicidade, pois a Federação terminou com as disputas de campeonatos de aspirantes. Aqueles que tinham até a idade de vinte anos passou a ser juvenil. Daí em diante, nem eu, nem meus colegas tivemos outras oportunidades e tudo se tornou difícil. Na época havia excelentes jogadores, mas fomos dispensados.
P.-No juvenil do São Paulo F.C., você tinha contacto com os profissionais?
R.-Sim, tive contatos com quase todos, pois eles as vezes treinavam junto com os juvenis e lembro-me muito bem, do Rui Campos, Canhoteiro, Mario, que eram meus amigos particulares.
P.-Porque não teve oportunidade no São Paulo F. C.?
R.-Como disse a você tornou-se difícil  após a Federação, acabar com o campeonato de Aspirantes e como você vê, até hoje nunca mais. Houve campeonatos de aspirantes, e muitos jogadores na minha época foram tentar no interior de São Paulo, e outros, como eu, ficamos na várzea.
P.-Tentou outros clubes?
R.-Sim fui para o Juventus e na época seu técnico era Bekilhomine, que fora do Corinthians, fez alguns testes, fui bem mas fui chamado para o exercito, não voltei mais a treinar. No exercito joguei no campeonato interno do quartel, isso em 1954, em Quitauna.
P.-E depois do exercito você ainda tentou em outros clubes profissionais?
R.-Aí meu caro repórter, eu já tinha quase vinte anos e resolvi ficar na várzea.
P.-Jogou em alguns clubes varzeanos na época?
R.-Bom, eu junto com mais alguns colegas e muitos garotos com idade de 15 a 18 anos de idade, formamos um clube no nosso bairro, ou melhor, em nossa vila com o nome de Flor da Vila F. C.
P.-Por que este nome?
R.-Era em homenagem a garotada da vila que na maioria era muito criança e tínhamos uma grande torcida. Era na época o melhor time da nossa vila. Lembro-me que ficamos 63 partidas invictas, e ficamos mais 12 anos com o mesmo time e com um grande conjunto. Fui seu Diretor Presidente, em 4 gestões com muito êxito.
P.-Além do Flor da Vila F.C., da Vila Carioca, Bairro do Ipiranga, você jogou em alguns outros clubes varzeanos?
R.-Já nesta época eu era funcionário da Secretaria da Justiça e prestava meus serviços na Penitenciaria do Estado de São Paulo, e lá tínhamos um grande time formado só de funcionários, e, alguns jogadores que já vinham integrados nas equipes da primeira divisão, hoje é especial, Helio Vieira, que foi do Palmeiras, Walace, Magrini do Nacional antigo S.P.R. e muitos outros.
P.-Teve alegria no Futebol?
R.-Quando sai de Porto Ferreira para a Capital, realizei meu sonho vestindo a camisa do São Paulo F. C.
P.-Teve tristeza no Futebol?
R.-Sim. Quando eu estava no Juvenil do São Paulo, eu havia treinado a semana toda e no dia do jogo do Juvenil, contra o Estrela da Saúde, valido pelo campeonato da Federação Paulista de Futebol, após eu ser massageado para entrar em campo, o técnico da equipe resolveu me substituir por outro colega de outra posição, e isto me entristeceu muito, e mais tarde sofri uma contusão muito seria e tive de abandonar de vez o futebol.
P.-Que contusão séria foi essa?
R.-Num dos treinamentos do juvenil num choque com um colega de equipe fui ao solo. Fui levado ao Departamento Médico e foi constatado um desvio na coluna vertebral, com esta contusão fui internado diversas vezes para tratamento e o remédio foi abandonar o futebol de vez.
P.-Leonildo, você conheceu grandes craques na sua época em que morava aqui em Porto Ferreira?
R.-Sim, tive a felicidade de ver grandes nomes tanto na época anteriores como na minha época do infantil, do Macalé, o Porto Ferreira F.C., tinha grande jogadores como por exemplo – Mario Silva, Mario Genuario, Marianinho, Carlito, Ci Teixeira, Mafra, Nizio, Tota, Moacir Porto e outros que não me recordo no momento, além dos meus colegas, Agenor Zuzi, Antonio Rubens, Sebastião Arnoni, Sidnei Mioto, Rui Vicentini, Wilian Aires, Zézito Olivieri, Toninho Malaman, olha são muitos, me perdoem os demais de não lembrar no momento.
P.-O que você acha do futebol atual, e da sua época?
R.-O futebol atual é mais fácil, como tudo hoje, a vida é mais fácil, na minha época o futebol era mais difícil.
P.-Porque você acha que era mais difícil?
R.-Hoje com a televisão mostrando tudo, os jogadores e técnicos pode analisar os erros de corrigi-los, não acha você, antigamente quem não ia ao Estádio a um campo de futebol ficava alheio a tudo; esta é a minha opinião.
P.-O que precisa para melhorarmos o nosso Futebol atual em Porto Ferreira, que está meio parado no momento?
R.-Meu caro reportes, precisa que a municipalidade construa uma praça de esportes. O Porto Ferreira e o Palmeirinha são entidades particulares e os outros clubes varzeanos de nossa cidade vão a onde? O bom seria que a municipalidade, construísse um Campo Municipal, assim facilitaria a todos os clubes varzeanos de nossa cidade, sem depender de terceiros. Se isso acontecesse Porto Ferreira viria ganhar muito com revelações de grandes jogadores, porque é da várzea que sai grandes craques.
P.-Leonildo, depois que foi constatada a gravidade de sua contusão, você continuou a praticar futebol?
R.-Após alguns anos de tratamento no Hospital do hospital HHServidor Público do Estado, melhorei, e agora as vezes brinco com a turma da Policia Militar de nossa cidade no Grêmio da Nestlé no Futebol de salão, graças a Deus, sinto-me bem.
P.-Leonildo, deixamos as páginas do Jornal do Porto a sua disposição para sua palavra final.
R.-Não acho palavras para lhe agradecer, à você e a direção do Jornal do Porto, desejo muita prosperidade e felicito por esta iniciativa, pois você me fez reviver muita coisa de minha vida esportiva, e hoje novamente me encontrar com os meus colegas daqueles tempos que foram meus grandes amigos.


LEONILDO TANGERINO  - TUPÃZINHO - VALENTIM TANGERINO

FOTOGRAFIA BATIDA NO CAMPO DO PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE
EM PORTO FERREIRA - SETEMBRO 1956

domingo, 8 de setembro de 2013

VISITANDO O PARQUE DE PORTO FERREIRA-SP

LEMBRANDO DO TIO AVÔ NECO TANGERINO

CONVERSANDO COM O GANSO MAROTO

O PAVÃO SE EXIBINDO PARA OS VISITANTES DO PARQUE




RATO DO BANHADO

ÁGUAS LIMPAS

RESOLVEU LAVAR OS PÉS NO RIACHO DO PARQUE

BALBINA DE OLHO NA TRILHA

FOTOGRAFANDO O PARQUE

ESTÁ NA HORA DE IR EMBORA


TANGERYNUS COM A SANFONA DO MARIO ZAN, 1994


Saímos de casa para comprar pãozinho para o café da tarde, e na volta passamos no Parque Ecológico Henriqueta Libertucci, momento em que fotografei alguns animais silvestres, foi um passeio rápido, mas muito legal. Enfim ficar em casa o dia todo também cansa.



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O velho pé de gabiroba

flor de gabiroba 
O velho pé de gabiroba que está abrigado no quintal do Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”, estava triste, com seus galhos mirrados, agonizante enfim sem vida. Mas nunca pensou que  estava no fim do ciclo.
A estação primavera ainda não iniciou, começa só no dia 22 de setembro, mas o velho pé de gabiroba se manifestou, abrindo em flores, em seguida alguns frutos já aparecem dando sinal que a mãe natureza é sabia.
Dias atrás esteve aqui no museu um soldado do exercito, já aposentado, que ficou observando o velho pé de gabiroba, e comentou um fato.

Dizia ele que, este velho pé de gabiroba me fez lembrar, quando certo dia estava em treinamento militar, pilotando um carro de combate na zona rural de Santa Cruz das Palmeiras, deparou com vários pés de gabiroba, e não resistiu. Parou o carro blindado bem próximo de um, e começou a pegar os frutos e consumir. 
gabiroba 
O oficial chamou-lhe atenção dizendo que isso era coisa de louco, afinal comer isso sem saber se tinha veneno. O soldado deu uma gargalhada e continuou saboreando. Em seguida disse ao oficial, que ele viveu toda a sua infância pelos campos, e conhece muito bem os frutos nativos da região, e citou também araçá, Maria-pretinha e outras  mais.
Na troca de Idéia entre eles, o oficial falou que sempre morou na capital de São Paulo, e nada conhecia sobre a vida dos interioranos.
Ambos entraram no carro blindado e continuaram o treinamento, desta vez estavam numa plantação de abacaxis. Para a surpresa do soldado subordinado, o oficial parou próximo de algumas covas, viu lá folhas verdes acima da terra, pegou uma faca e foi arrancando do solo vários abacaxis, com intuito de comer, e o soldado se manteve em silencio, observando aquilo não aguentou e falou: ”Caro oficial esses frutos ainda são impróprios para consumo, vai demorar um pouco mais para ficarem maduros”.



Gabiroba:
Nome cientifico:
Campomanesia spp
Origem Brasil –
Seus frutos são comestíveis e saborosos, com teor vitamínico; são consumidos in natura e usados para o preparo de licores e geléias. Floresce durante os meses de setembro e novembro, sempre apresenta copa bastante decorativa podendo ser usada em paisagismo.
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

CINE GRÊMIO FERROVIÁRIO- PORTO FERREIRA


O MAL SE TORNOU GLOBAL

CINE GRÊMIO FERROVIÁRIO


Como é bom lembrar da
Infância, muito legal.
Nos velhos tempos
Era visitar o tio Elias e Venância em Porto Ferreira.

Geralmente íamos nas matinés,
Raras vezes íamos de noite.
ELIAS DOS SANTOS e
MARIA VENANCIA DE OLIVEIRA
Incansavelmente cuidavam e
Organizavam tudo por lá. Enorme

Filas na porta de entrada,
Esperávamos ansiosamente.
Realmente éramos felizes.
Roy Rogers, “007 Por um punhado de dólares”.
Os ferreirense tinham orgulho deste “Patrimônio”.
Vejo lá, hoje se mantém com as portas fechadas.
Isso é uma vergonha.
Agora me diz, o que está acontecendo?
Reabrir o Cine Grêmio Ferroviário já!
Irremediável e mantê-lo fechado
Onde está a “JUSTIÇA?”