CIA. PRADA - 1946 |
domingo, 29 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Homenagem ao Sr. Jean Gabriel Villin- Anos 70
JEAN GABRIEL VILLIN |
Na década de 20, contratado pela
Cerâmica Porto Ferreira, desembarcava um jovem francês, Jean Gabriel Villin,
para exercer o cargo de pintor.
Sem conhecer nossa língua e
nossos costumes, este jovem não tardou a todos cativar com sua simpatia.
Tanto cativou que acabou
conquistando o coração de uma jovem professora ferreirense, Nalzira Cortêz, com
a qual acabou se casando.
Daqui foi pra São Paulo, onde se
firmou como grande desenhista publicitário free lancer.
Pintor de grande talento, foi um
dos primeiros que utilizou como tema, o folclore brasileiro.
Convidado para trabalhar nos
Estados Unidos, preferiu ficar por aqui mesmo.
E tanto gostava de Porto Ferreira
que depois de aposentar-se voltou definitivamente.
O sr. Jean, que sempre colaborou
com nossa cidade, todas as vezes que foi solicitado, às vezes mesmo sem ter
sido, recebeu merecidamente o título de “Cidadão Ferreirense”.
Figura de grande destaque em
nossa cidade, recebera também uma sala com seu nome no Museu Histórico e
Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”.
sábado, 14 de setembro de 2013
MACACO NA BRASA
Conversando com a
Dona Hercília Januário
Em 1985, não lembro a data
precisamente, mas estava eu passando em
frente da antiga Estação da Cia. Paulista, quando avistei uma carroça tipo “Rio
Claro” pilotada pela “Dona Hercília Januário”.
Dei um sinal para que ela parasse
“pra mor di cunversá”. Ela estacionou próximo do meio fio. E vamos papear. Até
então não tinha me reconhecido, afinal faz muito tempo que ela mudou-se da Vila
Carioca-Ipiranga-SP, isso na década de 1950, pra onde eu não sabia, e muito
menos não sabia que ela também era de Porto Ferreira.
Quando ela estacionou fui logo
dizendo: “foi à senhora que cortou o rabo do meu cachorro por nome de
Negrinho”. Disse ela, puxa vida você lembra-se disso, então você é filho da
Maria Pereira Tangerino, esposo do “Dito carpinteiro”. Sim respondi.
Ela estava com pressa e disse
aparece lá no meu sítio “Água Espraiada” pra gente bater um longo papo. Tudo
bem me passou as coordenadas da localização do sítio, confirmei que qualquer
dia aparecia por lá.
Fui lá ao sitio visitá-la, na
época as características da sua moradia
me fez lembrar das casas de pau-a-pique, piso chão batido, não podia faltar o
fogão de lenha. Sempre tinha um cafezinho quente, polenta.
Conversa vai conversa vem,
disse-me ela que tinha em
Porto Ferreira um grupo de pessoas sempre falando de meio
ambiente, animais silvestres, gaiolas, enfim defensores da mãe natureza. Eu
comentei com a Dona Hercília dizendo que essas entidades se preocupam com a
extinção das espécies de animais brasileiros, como de fato muitos já não
existirem mais.
Tudo bem, disse a Dona Hercília,
é preciso preservar o que ainda resta da mãe natureza, mas no meu tempo de
criança, a nossa mistura preferida é sapecar um “macaco na brasa” e mandar pro
papo, por aqui tinha muita capivara, antas e outros bichos mais, Hoje isso dá processo federal e até cadeia.
Entrevistando Elias dos Santos
GRÊMIO FERROVIÁRIO
FERREIRENSE
O grande contentamento do
repórter esportivo do “Jornal do Porto” é poder estar mantendo um contato
informal com o cidadão ELIAS DOS SANTOS, um dos homens mais queridos e
respeitados por pessoas de todas as camadas sociais de nossa cidade.
Embora não tenha sido um grande
jogador de futebol e somente participando de “rachas”, quando em sua mocidade e
nos longos anos como funcionário da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, hoje
FEPASA, foi um grande colaborados do esporte e incentivador do lazer e mola
mestre para uma interação social de pessoas de
uma cidade que se iniciava para o seu grande desenvolvimento.
P.- O GRÊMIO FERROVIÁRIO
FERREIRENSE, como Clube, teve somente uma fase?
R.- Não. “Uma foi quando os Srs.
Cristiano Kaiser, Américo Mondim, Pedro Fares, Syrio Ignatios e mais alguns
cidadãos formaram um time de futebol, denominado GRÊMIO FERROVIÁRIO
FERREIRENSE”. Por empréstimo, na época, consegui o terreno entre Luiz Gama e
Cel. Procópio de Carvalho, o famoso “campinho da Paulista”, onde memoráveis
partidas futebolísticas foram disputadas. Nessa época eu fazia parte como
colaborador. Outra fase, quando os Srs., Américo Mondim, Antonio Lapa, Inácio
Marques dos Santos e outros abnegados, conseguiram, por empréstimo, uma área de
terreno, onde se encontra hoje, o patrimônio do Grêmio: Nesta época fazia parte
do Conselho Fiscal.
P.- Havia alguma benfeitoria no
local?
R.- Não. Somente mangueiras e
vegetação.
A 1ª diretoria, que tinha como
presidente o Sr. Américo Mondim, construiu um barracão com colunas de madeiras
e sem lateral.
P.- Quando se deu a participação
mais efetiva como homem de proa naquela sociedade?
R.- Na ocasião em que era
presidente o Sr. Inácio Marques do Santos. Era 2º Secretário, mas com a remoção
para outra localidade, o Sr. Eduardo Simões deixou a 1ª secretaria, e, com a
ajuda do Sr. Gentil da estatística assumi o cargo deixado pelo meu colega e daí
demos um impulso ainda maior, pagando todas as dividas contraídas pela
diretoria anterior.
P.- Quem foi o sucessor do Sr.
Inácio?
R.- Meu colega de serviço, Sr.
Pedro Bertucci, que permaneceu por três anos e eu continuei como 1º secretario.
Na oportunidade os Srs. Pedro Bertucci e o inesquecível Paschoal Salzano doaram
lotes de terrenos que foram vendidos e sua renda revertida em favor das obras
da agremiação.
P.- Depois do Sr. Pedro Bertucci
ter ficado 3 anos, quem o sucedeu?
R.- Foi este modesto ferroviário,
em 1959, permanecendo até 1975, por 16 anos e porque não me candidatei caso
contrario, estaria lá até hoje.
P.- Quais os companheiros de
chapa?
R.- O inesquecível Manoel Diniz
Neto, Francisco Rocha, Braz Vanin, Alexandre Diniz, Alberto Bruno, Sr.
Lamellas, Albino Campeão, Alberto Herdorn, Diamantino Jorge Marinheiro e outros
de grande fibra.
P.- Nesses 16 anos, o Sr. e seus
colaboradores o que fizeram para a Associação?
R.- Remodelamos o prédio do
antigo cinema, onde hoje é o salão de bailes e festas. Fizemos as laterais,
forramos, colocamos fluorescentes luminosas, o que não foi fácil, mas graças a
Deus, com as economias, tudo estava saldado.
P.- E foi aí então que começaram
a dar um impulso maior?
R.- Sim. Daí partimos para
aquisição do terreno, que até então era cedido por empréstimo. Muitas dificuldades
encontramos, pois o terreno fora entregue à CAIC – DEPARTAMENTO FLORESTAL DA
CIA. PAULISTA”.
P.- E o que combinaram com a
CAIC?
R.- Eles queriam que nós, dadas
nossas poucas condições, comprássemos apenas a área construída, com o que nós
não concordamos.
P.- Com muito sacrifício,
conseguiram depois, a área que se conserva até hoje?
R.- Dadas as circunstancias, por
ser a mensalidade cobrada, muito irrisória, mas de acordo com as possibilidades
do boldo dos sócios, fomos a São Paulo. Eu e o saudoso Manoel Diniz Neto,
mantivemos lá, contato com o Dr. Cintra e pedimos a ele o adiantamento para
saldar a primeira prestação e o parcelamento maior, pois a quantia total era na
época bastante alta, num montante de 575 mil cruzeiros que deveria ser paga
quase à vista. Conseguimos um parcelamento em parcelas trimestrais de 55 mil
cruzeiros, dinheiro da época. Mas como pagar se arrecadávamos somente 9 mil
mensais?
P.- Sr. Elias, queria saber e
suma, como conseguiram pagar o terreno?
R.- Quase sem esperanças, mas com
vontade incontida de vencer, Deus dá mais uma mãozinha. Estávamos eu e o Sr.
Pedro Bertucci trocando por zinco e revestimento de tábuas podres das
barquinhas, quando dois senhores do lado de fora da cerca perguntaram: “Por que
não mandam fazer em oficinas, assim é muito sacrifício?” Respondemos: não temos
condições nem de pagar o terreno que assumimos compromisso, como é que vamos
jogar dinheiro fora, quando nós mesmos podemos fazer!
Os dois senhores pediram
permissão para entrar. Pois não, dissemos. A casa é dos amigos. Sabem quem
eram? Um deputado Dr. Lauro Posi, de Pirassununga e seu assessor.
Entusiasmado com o nosso trabalho, Dr. Lauro, então Deputado
Estadual, em sua visita, prometeu e mandou ao Grêmio 50 mil cruzeiros e vários
caminhões de cascalho para o pátio. A verba e algumas economias deram para
pagar o primeiro trimestre de 55 mil cruzeiros.
P.- Como conseguiram pagar o
restante?
R.- Como o Sr. Oswaldo Cunha
tinha dado ao Porto Ferreira Futebol Clube 50 mil cruzeiros,depois das
reclamações de nossa parte ele solicitou que constasse em orçamento uma verba
de 20 milhões de cruzeiros, que posteriormente fora paga pelo Sr. Joaquim
Coelho Filho, dinheiro de seu bolso, pois em sua gestão não contava a
prefeitura, com numerário suficiente, para efetuar o pagamento. Naquela época
as verbas eram permissíveis.
P.- Como começou a exibe filmes?
R.- O Grêmio Ferroviário já
contava nas diretorias anteriores com um projetor fixo e mudo de 8 milímetros ,
adquirido do meu amigo Leonildo Braga. A tela tinha de ser molhada antes das
exibições. Quando da gestão do Pedro como presidente, ganhamos uma máquina
cinematográfica sono e dinâmica, do deputado Vicente Bota, de 16 mm . Foi tudo bem até que
as grandes empresas de filmes da época atendiam de maneira mais acessível aos
empresários de cinemas que possuíam projetor de 35 mm . Assim como dissemos
adiante, foi também a luta pela aparelhagem de 35 mm .
P.- Logo da compra da máquina de 35 mm , começaram a usá-la?
R.- Não. Colocamos em 2 cômodos,
onde é hoje a casa do Sr. Valdomiro do Prado, funcionário do Grêmio e fizemos
no salão velho, a estrutura para colocá-la e a exibição de filmes.
P.- Depois de imenso sacrifício,
parou com as obras?
R. O Sr. acompanhou o nosso
trabalho na construção daquele prédio maravilhoso que hoje está alugado pela
empresa do Sr. Taufic, e pode avaliar como eu e meus companheiros de chapa
trabalhamos. É lógico que contamos com o apoio de muita gente, como por
exemplo, do Sr. Oswaldo Cunha que nos acompanhava em todas as empreitadas na capital de São Paulo e não nos deixava
esperar em filas. O Sr.
Oswaldo Cunha tinha ótimo relacionamento e nós éramos atendidos na hora, quando
de doações e empréstimos. O Sr. Paschoal Salzano, o Sr. Nadir Mariano, as
Industrias de Porto Ferreira e porque não dizer todos os ferreirenses.
P.- Como conseguiram a planta do
prédio do cinema?
R.- Com a ajuda do Leonildo Braga
conseguimos gratuitamente, pois ele tinha amizade com o Sr. Pedro Corazza, que
é engenheiro e prazerosamente nos presenteou. O incansável José Zaniboni foi o
supervisor da obra e com sua capacidade nos legou aquele maravilhoso prédio do
Grêmio. Meu cunhado João Miotto, foi o pedreiro construtor e com seu capricho
na arte também deu aquela mãozinha. Outra pessoa que não poderia deixar de
mencionar como grande colaborador é o Cônego Pavesi que nos emprestou 5 milhões
de cruzeiros, na compra das poltronas e sem juros.
O Sr. Deputado Aristides Trancoso
Peres, deu na época 1 milhão e duzentos mil cruzeiros, quando se fazia
acompanhar do ex-prefeito Oswaldo Cunha.
P.- É verdade Sr. Elias, que o
senhor mesmo é quem fabricou as calhas e fez o encanamento, isto é, todo o
serviço de hidráulica, gratuitamente?
R.- É verdade. O maior orgulho é
poder falar ao senhor que, lá no Grêmio deixei a minha mocidade, nem casa para
mim nunca me importei em construir e não dei a atenção aos meus filhos. Não me
arrependo por isso. Fiz de coração e que me conhece pode bem avaliar as minhas
ações.
P.- E o campo de bocha, na gestão
do senhor é que foi construído?
R.- Sim. Lá também contamos com o
apoio dos jogadores que com seu trabalho gratuito, muito nos auxiliou.
P.- Qual é a maior alegria como
diretor do Grêmio Ferroviário Ferreirense?
R.- é ter deixado tudo construído
sem dividas e com 7 mil cruzeiros em caixa para serviços ou despesas eventuais
que na certeza iam aparecer. Sei que dividas não as deixamos e sim um lindo
patrimônio.
P.- Qual a sua maior tristeza?
R.- É saber que o patrimônio não
progrediu mais, e sim decaiu.
- O jornal está à disposição para
suas despedidas.
- Do fundo do coração quero
agradecer ao Sr. João Roberto Bellini, proprietário do “Jornal do Porto”, esta
beleza que deveria ter nascido antes para contar os feitos da gente
ferreirense.
Jornal do Porto,
setembro de 1997
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
LEONILDO TANGERINO - FUTEBOL
QUANDO ERA GAROTO JOGOU NO PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE, E QUANDO MUDOU PARA A CAPITAL DE SÃO PAULO, PASSOU PRIMEIRO PELO CAY - CLUBE ATLÉTICO YPIRANGA.
LEONILDO TANGERINO, TINHA UM SONHO, QUE ERA JOGAR NO SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE. NA ÉPOCA O CAMPO DO SÃO PAULO ERA NO CANINDÉ - SP.
PASSOU NA PENEIRA, ESTAVA TUDO CERTO, MAS A FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL RESOLVEU ACABAR COM OS CAMPEONATOS DE ASPIRANTES.
Leonildo Tangerino
Jornal do Porto, 29-10-1977
Na
entrevista desta semana, estamos falando da vivencia futebolística do
esportista LEONILDO TANGERINO, que embora desconhecido por muitos dos novos
ferreirenses, foi grande jogador em nossa cidade, tendo jogado pelo Infantil do
Porto Ferreira F. C.
P.-
Quando garoto, onde começou a jogar futebol?
R.- Comecei a jogar futebol
no infantil do Porto Ferreira F.C., que era dirigido pelo popular “Macalé”,
hoje bacharel em direito, Dr. J. Lima.
P.-
Está lembrado do seu primeiro jogo no juvenil do P.F.F.C., e como era formada a
equipe? Contra quem jogou?
R.-
Infelizmente não me lembro com quem jogamos. Recordo-me que o infantil do
P.F.F.C., era uma grande equipe. E diga-se de passagem: O nosso técnico era de
grande capacidade. Aprendi muito com ele.
P.-
Depois de jogar no infantil do P.F.F.C., dirigido por Macalé, onde mais jogou
em nossa cidade?
R.-
Na época, recordo-me que foi promovido, na cidade, num campeonato interno,
formando-se assim, diversos times de futebol – categoria infanto-juvenil.
Joguei pelo MINAS GERAIS F. C. e, um fato curioso acontecia todas as vezes que
jogávamos: No primeiro tempo, sempre ganhávamos e no final saíamos derrotados,
e não ganhamos um jogo do referido campeonato.
P.-
Quando se mudou para São Paulo, quantos anos tinha? Lá, continuou na pratica do
futebol?
R.-
Com 15 anos de idade, morando no bairro do Ipiranga, bem perto do Clube, com
relacionamento, fui fazer testes de peneira (nome que se dava quando se queria
tentar galgar um degrau maior, dentro da categoria). Passando na peneira, lá no
Clube Atlético Ypiranga, permaneci por 6
meses.
P.-
Na sua pequena estada no infantil do Clube Atlético Ipiranga, você jogou com
algum garoto que se projetou no futebol?
R.-
Sim. No CAY - Clube Atlético Ypiranga, conheci um garoto chamado Cássio, que no
infantil deste Clube, como volante, galgou os grandes clubes, como Portuguesa
Desportos, Corinthians Paulista e,hoje, excelente professor lecionando no
exterior. Grande jogador e amigo.
P.-
Depois do infantil do Ypiranga, você parou ou continuou?
R.-Continuei.
Eu e mais alguns colegas fomos treinar no Canindé. Agradei e fiquei.
P.-Jogou
muito tempo no infantil do São Paulo F.C.?
R.-
Quando fui para o infantil do São Paulo, era uma época em que os Clubes estavam
montando suas equipes, nas categorias: infantil e juvenil, para disputarem o
campeonato da Federação Paulista de Futebol. Tive a felicidade, de após alguns
treinos, ser o titular da posição, mas, aconteceu um imprevisto que eu
desconhecia. Quando ia ser feita minha inscrição na Federação Paulista de
Futebol, minha idade não dava mais para disputar o campeonato infantil,
automaticamente, passei para o juvenil.
P.-No
juvenil do São Paulo F. C., você teve oportunidade de subir para o time
aspirante ou profissionais?
R.-Joguei
alguns jogos, pois na minha posição tinha um colega bom de bola. Tive aí, a
infelicidade, pois a Federação terminou com as disputas de campeonatos de
aspirantes. Aqueles que tinham até a idade de vinte anos passou a ser juvenil.
Daí em diante, nem eu, nem meus colegas tivemos outras oportunidades e tudo se
tornou difícil. Na época havia excelentes jogadores, mas fomos dispensados.
P.-No
juvenil do São Paulo F.C., você tinha contacto com os profissionais?
R.-Sim,
tive contatos com quase todos, pois eles as vezes treinavam junto com os
juvenis e lembro-me muito bem, do Rui Campos, Canhoteiro, Mario, que eram meus
amigos particulares.
P.-Porque
não teve oportunidade no São Paulo F. C.?
R.-Como
disse a você tornou-se difícil após a
Federação, acabar com o campeonato de Aspirantes e como você vê, até hoje nunca
mais. Houve campeonatos de aspirantes, e muitos jogadores na minha época foram
tentar no interior de São Paulo, e outros, como eu, ficamos na várzea.
P.-Tentou
outros clubes?
R.-Sim
fui para o Juventus e na época seu técnico era Bekilhomine, que fora do
Corinthians, fez alguns testes, fui bem mas fui chamado para o exercito, não
voltei mais a treinar. No exercito joguei no campeonato interno do quartel,
isso em 1954, em Quitauna.
P.-E
depois do exercito você ainda tentou em outros clubes profissionais?
R.-Aí
meu caro repórter, eu já tinha quase vinte anos e resolvi ficar na várzea.
P.-Jogou
em alguns clubes varzeanos na época?
R.-Bom,
eu junto com mais alguns colegas e muitos garotos com idade de 15 a 18 anos de idade,
formamos um clube no nosso bairro, ou melhor, em nossa vila com o nome de Flor
da Vila F. C.
P.-Por
que este nome?
R.-Era
em homenagem a garotada da vila que na maioria era muito criança e tínhamos uma
grande torcida. Era na época o melhor time da nossa vila. Lembro-me que ficamos
63 partidas invictas, e ficamos mais 12 anos com o mesmo time e com um grande
conjunto. Fui seu Diretor Presidente, em 4 gestões com muito êxito.
P.-Além
do Flor da Vila F.C., da Vila Carioca, Bairro do Ipiranga, você jogou em alguns
outros clubes varzeanos?
R.-Já
nesta época eu era funcionário da Secretaria da Justiça e prestava meus
serviços na Penitenciaria do Estado de São Paulo, e lá tínhamos um grande time
formado só de funcionários, e, alguns jogadores que já vinham integrados nas
equipes da primeira divisão, hoje é especial, Helio Vieira, que foi do
Palmeiras, Walace, Magrini do Nacional antigo S.P.R. e muitos outros.
P.-Teve
alegria no Futebol?
R.-Quando
sai de Porto Ferreira para a Capital, realizei meu sonho vestindo a camisa do
São Paulo F. C.
P.-Teve
tristeza no Futebol?
R.-Sim.
Quando eu estava no Juvenil do São Paulo, eu havia treinado a semana toda e no
dia do jogo do Juvenil, contra o Estrela da Saúde, valido pelo campeonato da
Federação Paulista de Futebol, após eu ser massageado para entrar em campo, o
técnico da equipe resolveu me substituir por outro colega de outra posição, e
isto me entristeceu muito, e mais tarde sofri uma contusão muito seria e tive
de abandonar de vez o futebol.
P.-Que
contusão séria foi essa?
R.-Num
dos treinamentos do juvenil num choque com um colega de equipe fui ao solo. Fui
levado ao Departamento Médico e foi constatado um desvio na coluna vertebral,
com esta contusão fui internado diversas vezes para tratamento e o remédio foi
abandonar o futebol de vez.
P.-Leonildo,
você conheceu grandes craques na sua época em que morava aqui em Porto Ferreira ?
R.-Sim,
tive a felicidade de ver grandes nomes tanto na época anteriores como na minha
época do infantil, do Macalé, o Porto Ferreira F.C., tinha grande jogadores
como por exemplo – Mario Silva, Mario Genuario, Marianinho, Carlito, Ci
Teixeira, Mafra, Nizio, Tota, Moacir Porto e outros que não me recordo no
momento, além dos meus colegas, Agenor Zuzi, Antonio Rubens, Sebastião Arnoni,
Sidnei Mioto, Rui Vicentini, Wilian Aires, Zézito Olivieri, Toninho Malaman,
olha são muitos, me perdoem os demais de não lembrar no momento.
P.-O
que você acha do futebol atual, e da sua época?
R.-O
futebol atual é mais fácil, como tudo hoje, a vida é mais fácil, na minha época
o futebol era mais difícil.
P.-Porque
você acha que era mais difícil?
R.-Hoje
com a televisão mostrando tudo, os jogadores e técnicos pode analisar os erros
de corrigi-los, não acha você, antigamente quem não ia ao Estádio a um campo de
futebol ficava alheio a tudo; esta é a minha opinião.
P.-O
que precisa para melhorarmos o nosso Futebol atual em Porto Ferreira , que
está meio parado no momento?
R.-Meu
caro reportes, precisa que a municipalidade construa uma praça de esportes. O
Porto Ferreira e o Palmeirinha são entidades particulares e os outros clubes
varzeanos de nossa cidade vão a onde? O bom seria que a municipalidade,
construísse um Campo Municipal, assim facilitaria a todos os clubes varzeanos
de nossa cidade, sem depender de terceiros. Se isso acontecesse Porto Ferreira
viria ganhar muito com revelações de grandes jogadores, porque é da várzea que
sai grandes craques.
P.-Leonildo,
depois que foi constatada a gravidade de sua contusão, você continuou a
praticar futebol?
R.-Após
alguns anos de tratamento no Hospital do hospital HHServidor Público do Estado, melhorei, e agora as vezes
brinco com a turma da Policia Militar de nossa cidade no Grêmio da Nestlé no
Futebol de salão, graças a Deus, sinto-me bem.
P.-Leonildo,
deixamos as páginas do Jornal do Porto a sua disposição para sua palavra final.
R.-Não
acho palavras para lhe agradecer, à você e a direção do Jornal do Porto, desejo
muita prosperidade e felicito por esta iniciativa, pois você me fez reviver
muita coisa de minha vida esportiva, e hoje novamente me encontrar com os meus
colegas daqueles tempos que foram meus grandes amigos.
LEONILDO TANGERINO - TUPÃZINHO - VALENTIM TANGERINO FOTOGRAFIA BATIDA NO CAMPO DO PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE EM PORTO FERREIRA - SETEMBRO 1956 |
domingo, 8 de setembro de 2013
VISITANDO O PARQUE DE PORTO FERREIRA-SP
LEMBRANDO DO TIO AVÔ NECO TANGERINO |
CONVERSANDO COM O GANSO MAROTO |
O PAVÃO SE EXIBINDO PARA OS VISITANTES DO PARQUE |
RATO DO BANHADO |
ÁGUAS LIMPAS |
RESOLVEU LAVAR OS PÉS NO RIACHO DO PARQUE |
BALBINA DE OLHO NA TRILHA |
FOTOGRAFANDO O PARQUE |
ESTÁ NA HORA DE IR EMBORA |
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
O velho pé de gabiroba
flor de gabiroba |
O velho pé de gabiroba que
está abrigado no quintal do Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva
Oliveira”, estava triste, com seus galhos mirrados, agonizante enfim sem vida.
Mas nunca pensou que estava no fim do
ciclo.
Dias atrás esteve aqui no museu
um soldado do exercito, já aposentado, que ficou observando o velho pé de
gabiroba, e comentou um fato.
Dizia ele que, este velho pé de
gabiroba me fez lembrar, quando certo dia estava em treinamento militar,
pilotando um carro de combate na zona rural de Santa Cruz das Palmeiras,
deparou com vários pés de gabiroba, e não resistiu. Parou o carro blindado bem
próximo de um, e começou a pegar os frutos e consumir.
gabiroba |
O oficial chamou-lhe atenção dizendo que isso era coisa de louco, afinal comer isso sem saber se tinha veneno. O soldado deu uma gargalhada e continuou saboreando. Em seguida disse ao oficial, que ele viveu toda a sua infância pelos campos, e conhece muito bem os frutos nativos da região, e citou também araçá, Maria-pretinha e outras mais.
Na troca de Idéia entre eles, o oficial falou que sempre morou na capital de São Paulo, e nada conhecia sobre a vida dos interioranos.
Ambos entraram no carro blindado e continuaram o treinamento, desta vez estavam numa plantação de abacaxis. Para a surpresa do soldado subordinado, o oficial parou próximo de algumas covas, viu lá folhas verdes acima da terra, pegou uma faca e foi arrancando do solo vários abacaxis, com intuito de comer, e o soldado se manteve em silencio, observando aquilo não aguentou e falou: ”Caro oficial esses frutos ainda são impróprios para consumo, vai demorar um pouco mais para ficarem maduros”.
Gabiroba:
Nome
cientifico:
Campomanesia
spp
Origem
Brasil –
Seus
frutos são comestíveis e saborosos, com teor vitamínico; são consumidos in
natura e usados para o preparo de licores e geléias. Floresce durante os meses
de setembro e novembro, sempre apresenta copa bastante decorativa podendo ser
usada em paisagismo.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
CINE GRÊMIO FERROVIÁRIO- PORTO FERREIRA
O MAL SE TORNOU GLOBAL |
CINE GRÊMIO FERROVIÁRIO
Como é bom lembrar da
Infância, muito legal.
Nos velhos tempos
Era visitar o tio Elias e Venância em Porto Ferreira.
Geralmente íamos nas matinés,
Raras vezes íamos de noite.
ELIAS DOS SANTOS e
MARIA VENANCIA DE OLIVEIRA
Incansavelmente cuidavam e
Organizavam tudo por lá. Enorme
Filas na porta de entrada,
Esperávamos ansiosamente.
Realmente éramos felizes.
Roy Rogers, “007 Por um punhado de dólares”.
Os ferreirense tinham orgulho deste “Patrimônio”.
Vejo lá, hoje se mantém com as portas fechadas.
Isso é uma vergonha.
Agora me diz, o que está acontecendo?
Reabrir o Cine Grêmio Ferroviário já!
Irremediável e mantê-lo fechado
Onde está a “JUSTIÇA?”
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