O meu primo João Araújo
convidou-me para ir até um rancho a beira do Rio Mogi Guaçu, e vamos lá pegar a
Rodovia SP 225 sentido Santa Cruz das Palmeiras-SP. Bem próximo da Mata do
Procópio (Porto Ferreira) adentramos numa estradinha de terra e fomos descendo
ladeira abaixo.
O referido rancho a beira do Rio
Mogi Guaçu em tempos passados pertencia ao ilustre cidadão francês Ferreirense
por nome de Jean Gabriel Villin, o ilustrador dos livros de José Bento
“Monteiro Lobato”.
Estacionei a frente do portão, e
observamos que não tinha ninguém, e ficamos ali conversando sobre Jean. Dizia o
primo João que Jean nas horas de folga vivia passeando pela cidade com a sua
motocicleta de marca Java, e sempre com o cachimbo na boca.
Seguimos mais a frente e
encontramos no outro rancho um velho amigo do João que convidou-nos a entrar
para bater um papo e observar o belo panorama do rio apesar de estar bem raso,
mas com águas límpidas.
Avistamos um caminho de pedras
dentro do rio que só aparece em tempos de estiagem, e pra quem não conhece se
passar por ali com barco a motor de popa, pode sair no prejuízo.
E vamos andar sobre as pedras
tipo vulcânicas, com a câmera digital fui registrando, batendo fotos para a
posteridade. Bati algumas fotos do João ele bateu de mim.
Juntamo-nos eu o João e o
caseiro, e ai veio à história da sucuri. Segundo o caseiro mais ou menos na
década de 1920, o Rio Mogi Guaçu era muito piscoso e os caboclos viviam a
pescar. E numa dessas pescarias, um jovem casal pegaram suas tralhas de pesca e
vieram pescar onde desemboca o Rio Corrente, trazendo com eles seu filho numa
espécie de cesto, digo cesto de bambu, e de vez em quando a mãe dava de mamar.
O jovem casal resolveu ir mais a
frente, quem sabe poderia ser melhor do que onde estavam, mas deixaram a
criança por ali mesmo, mais ou menos uns dois metros a beira do rio. O tempo
passou, pescaram muitos lambaris e outras espécies de peixe, enfim a mistura já
estava garantida.
Quando depararam com o cesto de
bambu, eles ficaram desesperados, cadê o filho! Meu Deus o nenê sumiu, onde foi
parar, entraram em desespero. Foi quando que olhando para a margem no sentido
da Vila Sibila viram uma enorme cobra sucuri, e os pezinhos da criança ainda
fora da boca.